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Broadening the Climate Movement: The Marcha das Margaridas’ Agenda for the Climate (and Other) Crises
Movimentos climáticos liderados por estudantes e jovens em todo o mundo (e, em particular, aqueles em economias mais ricas) têm sido reconhecidos por terem uma voz formidável e fazerem contribuições importantes para uma transformação societal mais radical para enfrentar a crise climática. No entanto, pouco se fala sobre a contribuição dos setores populares, que estão mobilizando há décadas e exigindo transformações estruturais mais amplas, com propostas que abordam questões ambientais de maneira mais abrangente e a crise climática em particular, mas que não estão diretamente envolvidos nas arenas políticas climáticas, como as conferências das Nações Unidas sobre mudanças climáticas. Geralmente retratados como vulneráveis, como os mais afetados pelos eventos climáticos, como vítimas e receptores de estratégias de adaptação, ou como resilientes, raramente os setores populares aparecem como agentes de transformação. Estudiosos críticos têm defendido a compreensão da crise climática como parte de múltiplas crises, incluindo a crise da biodiversidade, a crise do cuidado e a crise da democracia. Situando nosso artigo dentro dessa bolsa de estudos, argumentamos que o debate acadêmico e societal sobre as mudanças climáticas se beneficiará ainda mais ao ampliar o escopo de quais sujeitos sociais são considerados parte do movimento climático. Com base em nossa pesquisa com movimentos feministas populares rurais no Brasil e, em particular, na coalizão Marcha das Margaridas, abordamos as seguintes perguntas: como seus diagnósticos e propostas para superar a crise climática estão incorporados em seu projeto mais amplo de transformação? Além disso, como a identidade política delas dentro das categorias de classe, gênero e ruralidade informa suas posições?