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Nossas Publicações

Global Research Academy • 2024

Rethinking Sustainability in Urban Areas: São Paulo, London, Berlin

Abstrato

Lea Zentgraf contributed to this study by addressing urban social and environmental issues like green space degradation, homelessness, and food waste. The research, part of the ‘Global Research Academy’ programme, involved doctoral researchers from the University of São Paulo, Freie Universität Berlin, and King’s College London. The study took place in London, Berlin, and São Paulo, comparing these cities’ unique challenges and drawing recommendations for sustainability. The findings, supervised by Professors Fabio Kon, Sérgio Costa, and Dr. Robert Cowley, are available via the USP repository. The programme was supported by international cooperation offices from the participating universities.

Lea Zentgraf

Springer link • 2024

Broadening the Climate Movement: The Marcha das Margaridas’ Agenda for the Climate (and Other) Crises

Abstrato

Movimentos climáticos liderados por estudantes e jovens em todo o mundo (e, em particular, aqueles em economias mais ricas) têm sido reconhecidos por terem uma voz formidável e fazerem contribuições importantes para uma transformação societal mais radical para enfrentar a crise climática. No entanto, pouco se fala sobre a contribuição dos setores populares, que estão mobilizando há décadas e exigindo transformações estruturais mais amplas, com propostas que abordam questões ambientais de maneira mais abrangente e a crise climática em particular, mas que não estão diretamente envolvidos nas arenas políticas climáticas, como as conferências das Nações Unidas sobre mudanças climáticas. Geralmente retratados como vulneráveis, como os mais afetados pelos eventos climáticos, como vítimas e receptores de estratégias de adaptação, ou como resilientes, raramente os setores populares aparecem como agentes de transformação. Estudiosos críticos têm defendido a compreensão da crise climática como parte de múltiplas crises, incluindo a crise da biodiversidade, a crise do cuidado e a crise da democracia. Situando nosso artigo dentro dessa bolsa de estudos, argumentamos que o debate acadêmico e societal sobre as mudanças climáticas se beneficiará ainda mais ao ampliar o escopo de quais sujeitos sociais são considerados parte do movimento climático. Com base em nossa pesquisa com movimentos feministas populares rurais no Brasil e, em particular, na coalizão Marcha das Margaridas, abordamos as seguintes perguntas: como seus diagnósticos e propostas para superar a crise climática estão incorporados em seu projeto mais amplo de transformação? Além disso, como a identidade política delas dentro das categorias de classe, gênero e ruralidade informa suas posições?

Marco Antonio Teixeira, Renata Motta

The International Journal of Sociology of Agriculture and Food • 2023

Food Movements, Resistance, and new digital repertoires in (post-)pandemic times

Abstrato

Embora a pandemia de Covid-19 tenha demonstrado a vulnerabilidade do sistema alimentar global, novos repertórios resilientes de ação coletiva também mostraram como superar as múltiplas dimensões dessa crise. Os movimentos alimentares desempenharam um papel importante na criação de alternativas inovadoras para um sistema alimentar mais justo. Na Alemanha, a pandemia afetou e continua a afetar as relações agroalimentares. Este artigo argumenta que a comunicação digital foi uma ferramenta importante para conectar pessoas com propósitos além do compartilhamento de alimentos e apoio a necessidades relacionadas à alimentação. As redes sociais tornaram-se uma plataforma virtual para mobilização social e inovação em torno de alternativas alimentares durante e em um mundo pós-pandêmico. Dois atores relevantes na mobilização alimentar na Alemanha foram a campanha de protesto Wir haben es satt! e o movimento alimentar Slow Food Germany. O trabalho apresentado aqui é baseado em etnografias digitais e análise de documentos do período de 2020 a 2022. A análise concentra-se em como esses dois movimentos lidaram com o cenário de crise em relação a três níveis clássicos de pesquisa em protesto e movimentos sociais: (1) nível de ator; (2) nível de ação; e (3) nível de transformação. A comparação mostra que ambos os movimentos desenvolveram repertórios inovadores de ação coletiva digital e híbrida, além de fomentarem coalizões entre atores que lutam por uma transformação socioecológica do sistema alimentar.

Debates en Sociologia N° 57 • 2023

Soberanía alimentaria y feminismo popular en Brasil

Abstrato

A Marcha das Margaridas é uma coalizão de movimentos feministas e de mulheres, movimentos agrários, sindicatos e organizações internacionais que surgiu no ano 2000. O processo é liderado por organizações de mulheres que fazem parte de uma confederação de trabalhadores rurais. Embora seu programa inicial incluísse demandas de classe focadas no gênero para o reconhecimento do trabalho das mulheres na produção de alimentos, acesso a títulos de terras e direitos trabalhistas, a Marcha das Margaridas incorporou progressivamente outros temas, como agroecologia e soberania alimentar. Este artigo aborda três perguntas: Como a soberania alimentar entrou em sua agenda? Como interpretam o conceito de soberania alimentar? Como a soberania alimentar pode ser entendida a partir de uma perspectiva (popular) feminista? Através de uma análise de documentos políticos, identificamos cinco temas principais no discurso da Marcha das Margaridas sobre soberania alimentar: 1) alimentação como direito e bem comum; 2) apoio estatal à produção alimentar das mulheres; 3) o valor do trabalho alimentar não comercializado; 4) recuperação ambiental através da agroecologia; 5) alimentos livres de violência, produzidos no âmbito de relações sociais respeitosas.

Marco Antonio Teixeira, Renata Motta

Revista Estudos Sociedade e Agricultura • 2023

Mulheres jovens trabalhadoras rurais: a emergência de uma nova categoria política e suas repercussões no sindicalismo rural

Abstrato

O objetivo pretendido com este artigo foi analisar as interações entre as categorias políticas ‘mulheres trabalhadoras rurais’ e ‘juventude trabalhadora rural’, dentro da Confederação Nacional de Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), evidenciando as contribuições e tensões geradas na ação sindical, sobretudo, a partir da maior participação das ‘mulheres jovens trabalhadoras rurais’, que surge como categoria política no sindicalismo, assumindo características próprias. A pesquisa se baseou em metodologia qualitativa, tendo por principal referência as narrativas biográficas de três diretoras da Contag, além de documentos institucionais. Dentre as principais conclusões está a de que as mulheres trabalhadoras rurais inauguraram uma forma de ação baseada em três pilares, voltados à constituição de: i) espaços e processos de formação e auto-organização específicos; ii) medidas de ampliação das condições de participação; iii) ações coletivas de caráter público. Assim, institucionalizaram condições para a emergência de outras categorias políticas, desde a interseção de gênero, geração e classe. É desse processo que emergem as mulheres jovens trabalhadoras rurais, que passam a reivindicar essa identidade política e a tecer um campo de articulação que repercute no sindicalismo, pautando novas abordagens sobre temas presentes na agenda sindical e disputando espaço de poder e visibilidade sobre suas questões.

Eryka Galindo

Revista Estudos Sociedade e Agricultura • 2023

Estudos sobre sindicalismo rural no Brasil: transformações, permanências e os 60 anos da Contag

Abstrato

Este trabalho analisa o campo de estudos sobre sindicalismo rural no Brasil e está dividido em duas partes. Na primeira, analisamos eventos centrais e estudos sobre a trajetória do sindicalismo rural, com destaque para a experiência da Contag. Ao fazermos isso, apresentamos os artigos que compõem esta seção temática. Cobrimos os seguintes temas: ditadura e justiça de transição; atuação no plano local; multiplicação dos sujeitos políticos no campo brasileiro e pluralidade sindical; conflitos por terra; agricultura familiar, políticas públicas e a relação sindicalismo e Estado; fortalecimento de grupos minoritários no interior do sindicalismo. Na segunda parte, revisitamos algumas das principais vertentes teóricas que marcaram os estudos sindicais no Brasil. A partir disso, sugerimos agregar novas abordagens importantes, sobretudo nas últimas duas décadas, ainda que em uma síntese preliminar que necessita de aprofundamentos.

Marco Antonio Teixeira, Priscila Delgado de Carvalho

Working Paper Series

Working Paper 12 • 2024

Intergenerational Knot: eating meat in contexts of inequality

Abstrato

Around the world, social movements are protesting against the corporate food regime (Friedmann & McMichael, 1989), denouncing the injustices associated with its structural dynamics of neoliberal capitalism, patriarchal domination, racism, coloniality, epistemic violence, and anthropocentric exploitation (Motta, 2021b; Holt Giménez & Shattuck, 2011; Holt-Gimenez & Patel, 2012). Many food movements are calling for a socio-ecological transformation and creating alternative forms to produce, share, prepare, consume and dispose of food, based on relations of care, solidarity and respect. In their heterogeneity, they provide a good analytical lens to explore the multiple and intersectional dimensions of food inequalities denounced and the directions of change desired by organized movements from civil society (Motta, 2021a). But which are the food movements that mobilize for a socio-ecological transformation of food politics in Germany? What are the main dimensions and intersections of inequalities addressed by them?

Based on an explorative mapping, this research identifies relevant food movements in Germany, their discourses and agendas. It takes as units of analysis food movements organizations with considerable collective actions and participation in social mobilization on a national scale during the last 5 years (2018-2023). Using an analytical framework elaborated in dialogue with theoretical and conceptual works on food movements, food inequalities, and dynamics of transformation in the food regime, the empirical data is presented along the categories: types of movements and activist discourses, time of emergence, juridical form, dimensions of food inequalities addressed, categories of intersectional inequalities considered, spatial locus of action (urban/rural), phases of the food system, sphere of social change most frequently targeted by the food movements. Based on the data, the dynamics of transformations are discussed.

Applying a qualitative and quantitative methodology which combined content analysis and coding, the research results in a mapping of the actors (Mayring & Fenzl, 2019; Saldaña, 2021). This working paper aims to give a first overview of food activism in Germany by assessing the actors in this field of social mobilisation and analysing their emancipatory potentials and limits.

_ Keywords: Generation, Family, Dialogue, Food, Meat, Inequality, Methodology

Working Paper 11 • 2024

Food Movements in Germany. Analysis of actors in the socio-ecological transformation of the food system

Abstrato

Around the world, social movements are protesting against the corporate food regime (Friedmann & McMichael, 1989), denouncing the injustices associated with its structural dynamics of neoliberal capitalism, patriarchal domination, racism, coloniality, epistemic violence, and anthropocentric exploitation (Motta, 2021b; Holt Giménez & Shattuck, 2011; Holt-Gimenez & Patel, 2012). Many food movements are calling for a socio-ecological transformation and creating alternative forms to produce, share, prepare, consume and dispose of food, based on relations of care, solidarity and respect. In their heterogeneity, they provide a good analytical lens to explore the multiple and intersectional dimensions of food inequalities denounced and the directions of change desired by organized movements from civil society (Motta, 2021a). But which are the food movements that mobilize for a socio-ecological transformation of food politics in Germany? What are the main dimensions and intersections of inequalities addressed by them?

Based on an explorative mapping, this research identifies relevant food movements in Germany, their discourses and agendas. It takes as units of analysis food movements organizations with considerable collective actions and participation in social mobilization on a national scale during the last 5 years (2018-2023). Using an analytical framework elaborated in dialogue with theoretical and conceptual works on food movements, food inequalities, and dynamics of transformation in the food regime, the empirical data is presented along the categories: types of movements and activist discourses, time of emergence, juridical form, dimensions of food inequalities addressed, categories of intersectional inequalities considered, spatial locus of action (urban/rural), phases of the food system, sphere of social change most frequently targeted by the food movements. Based on the data, the dynamics of transformations are discussed.

Applying a qualitative and quantitative methodology which combined content analysis and coding, the research results in a mapping of the actors (Mayring & Fenzl, 2019; Saldaña, 2021). This working paper aims to give a first overview of food activism in Germany by assessing the actors in this field of social mobilisation and analysing their emancipatory potentials and limits.

_ Keywords: Food movements, food inequalities, food justice, agrarian movements, Germany, socio-ecological transformation

Working Paper 9 • 2024

Políticas de segurança alimentar e nutricional nos municípios brasileiros

Abstrato

Esta publicação registra ideias centrais que emergiram em torno da atividade autogestionada “Política de Segurança alimentar e nutricional no âmbito municipal: contexto e oportunidades”, realizada de forma virtual no V Encontro Nacional de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (V ENPSSAN, 2022). Garantir o Direito Humano à Alimentação Adequada e o alcance das políticas públicas de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) passam, necessariamente, por reconhecer o papel central dos municípios na execução de ações e construção de diálogos locais, de forma integrada com os demais poderes públicos e áreas governamentais, como propõe o Sistema Nacional de SAN. No debate emergiram reflexões sobre monitoramento da segurança/insegurança alimentar populacional, definições e conceitos associados às políticas públicas de SAN, relatos de experiências municipais, bem como oportunidades para a retomada e fortalecimento das políticas de SAN nos municípios. Foram identificados oito potenciais enfoques para contribuir com o campo de pesquisas sobre políticas públicas de SAN no contexto municipal: governança participativa; diversidade territorial e a relação rural-urbano; institucionalidades; atuação da sociedade civil; intersetorialidade; escalas e dis-tintas espacialidades; interface com a agenda socioecológica; e capacidades estatais. Por fim, identificou-se também temas e alguns desafios para a efetividade das políticas de SAN municipais. Este documento traz contribuições coletivas às distintas janelas de oportunidades que atualmente se encontram em frente aos diversos atores sociais envolvidos nas políticas de SAN municipais. Neste sentido, destacamos a retomada da agenda pública guiada e fortalecida pelo Governo Federal (a partir de 2023), a retomada do Consea nacional e a ocorrência, em 2024, de eleições municipais.

_ Keywords: Política Pública, Municípios, Segurança Alimentar e Nutricional

Working Paper 10 • 2024

Kurzauswertung Befragung „Wir haben es satt!“ 2024

Abstrato

The large-scale protest “We’re Fed Up!” organized by the My agriculture alliance has been taking place every year since 2011 at the start of the Green Week agricultural trade fair in Berlin. The alliance campaigns for sustainable and fair agriculture and food production and calls for a turnaround in agriculture and nutrition. “We’re fed up!” is one of the central case studies of the BMBF junior research group Food for Justice: Power, Politics and Food Inequalities in a Bioeconomy at the Heidelberg Center for Ibero-American Studies, Heidelberg University. The project investigates different axes of food inequalities, in various scales and spatialities, and their dynamics of reproduction and change in food politics. The case study “We’re fed up!” explores the key justice demands that mobilize citizens to denounce food inequalities and call for alternative food policies in different regions of the world. On January 20, 2024, researchers from Food for Justice conducted a survey with participants in the “We’re fed up!” protest with the support of volunteer interviewers. The collected data provides insights on the demographics of the protesters, their concerns, political attitudes, and how they contribute to supporting a different approach to agriculture through their consumption and lifestyle choices. This brief summary presents the methods and selected results of the survey.

_ Keywords: We’re fed up, social mobilization, protest survey, agrarian and food transi-tion, food justice, Germany

Working Paper 9 • 2024

Políticas de Segurança Alimentar e Nutricional nos Municípios Brasileiros

Abstrato

This publication records the central ideas that emerged from the self-organized activity “Food and nutrition security policy at municipal level: context and opportunities”, held virtually at the 5th National Research Meeting on Food and Nutrition Sovereignty and Security (V ENPSSAN, 2022). Guaranteeing the Human Right to Adequate Food and the scope of public policies on Food and Nutrition Security (FNS) necessarily involve recognizing the central role of municipalities in implementing actions and building local dialogues, in an integrated manner with other public authorities and government areas, as proposed by the National FNS System. In the debate, reflections emerged on monitoring population food security/insecurity, definitions and concepts associated with public FNS policies, reports of municipal experiences, as well as opportunities for resuming and strengthening FNS policies in municipalities. The debate gave rise to reflections on monitoring population food security/insecurity, definitions and concepts associated with public FNS policies, reports of municipal experiences, as well as highlighting opportunities for resuming and strengthening FNS policies in municipalities. Eight potential approaches were identified to contribute to the field of research on FNS public policies in the municipal context: participatory governance; territorial diversity and the rural-urban relationship; institutionalization; civil society action; intersectonality; scales and different spatialities; interface with the socio-ecological agenda; and state capacities. Finally, it also identified issues and challenges for the effectiveness of municipal FNS policies. This document brings collective contributions to the different windows of opportunity currently facing the various social actors involved in municipal FNS policies. In this regard, we highlight the resumption of the public agenda guided and strengthened by the federal government (from 2023), the resumption of the national CONSEA and the occurrence of municipal elections in 2024.

_ Keywords: Public Policy, cities, food and Nutritional Security

Working Paper 8 • 2023

The impact of the Covid-19 Pandemic at the Slow Food Movement

Abstrato

O surto do coronavírus foi declarado uma pandemia global em março de 2020, fazendo com que muitos países entrassem em lockdown para tentar contê-lo e evitar ou diminuir a sobrecarga dos sistemas nacionais de saúde. Como o trabalho e os estudos passaram a ser on-line e o distanciamento social tornou-se uma regra de segurança, os movimentos sociais também tiveram de se adaptar. Além disso, os movimentos de alimentos ganharam mais relevância, pois uma das primeiras preocupações foi manter a produção e a distribuição de alimentos em todo o mundo, apesar das paralisações. Este artigo tem como objetivo analisar os impactos da pandemia de Covid-19 no movimento Slow Food, como ela mudou a organização, a agenda e as ações do movimento. Ele se baseia em pesquisa empírica em dois países: Brasil e Alemanha, e analisa três momentos da pandemia, desde seu primeiro impacto em 2020 até as adaptações e continuidades em 2021 e 2022. Este trabalho se baseia em uma etnografia presencial e virtual e faz parte de uma investigação mais ampla sobre o movimento em ambos os países.

_ Keywords: Covid-19 pandemic, Food movements, Slow Food, Germany, Brazil