Working Paper 6 • 2022
Retrato da situação de segurança alimentar e nutricional em Belo Horizonte
Abstrato
Esta publicação analisa a situação de insegurança alimentar na cidade de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais e município reconhecido nacionalmente
por um histórico de execução de políticas públicas de segurança alimentar. Os dados analisados foram coletados por meio de pesquisa de opinião pública representativa da população belo-horizontina, realizada em pontos de fluxo distribuídos em
113 bairros entre os dias 7 e 27 de abril de 2022. Esta pesquisa foi coordenada pelo
Grupo de Pesquisa Alimento para Justiça: Poder, Política e Desigualdades Alimentares na Bioeconomia, da Freie Universität Berlin (Alemanha), em parceria com pesquisadoras/es do Grupo de Estudos, Pesquisas e Práticas em Ambiente Alimentar
e Saúde (GEPPAAS) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), do Fórum de
Pesquisadores em Soberania e Segurança Alimentar de Belo Horizonte, da Subsecretaria de Segurança Alimentar e Nutricional da Prefeitura de Belo Horizonte,
do Instituto Fome Zero (IFZ) e Centro de Estudos das Metrópoles da Universidade
de São Paulo (CEM/USP). Os percentuais de insegurança alimentar verificados no
município de Belo Horizonte são semelhantes aos registrados por pesquisas recentes realizadas em escala nacional, sendo a insegurança alimentar leve presente
em 30,1% dos domicílios, a moderada em 12,4% dos casos e a grave em 13,2%.
Verificou-se que domicílios chefiados por única pessoa do sexo feminino (63,3%)
ou de raça ou cor parda (57,3%) e preta (68,4%), ou ainda, quando tinham em sua
composição crianças de até 4 anos (66,9%) ou crianças e adolescentes de 5 a 17
anos (64,7%) apresentavam maior frequência de insegurança alimentar, somados
os seu três gradientes. A frequência de insegurança alimentar é também maior
nos domicílios cuja renda per capita é equivalente a até ¼ do salário-mínimo (R$
303,00, trezentos e três reais) (86,9%). A insegurança alimentar se reproduz a partir do entrelaçamento de desigualdades, o que exige um conjunto amplo de ações
que venham a superar tais assimetrias, o que inclui uma ação estatal que articule
diferentes níveis e esferas de poder, com participação popular, e de abordagem intersetorial, que integre e assegure um conjunto de direitos e políticas à população
mais vulnerável.
Working Paper 5 • 2021
How to harvest in a pandemic? The German media coverage of migrant workers and harvesting in the context of the Covid-19 crisis in 2020
Abstrato
The COVID-19 pandemic has widely been discussed as a crisis that impacts daily life on a global scale, including food security, global supply chains, consumer
behaviour and nutrition. In this crisis, providing food became an even more essential service, agricultural work became an essential activity, and with this, farm
workers became so-called essential workers. In Germany, this topic was broadly
taken up by local and national newspapers. Due to immense media interest during
the first lockdown, the working conditions in the food sector and especially the
marginalized status of farmworkers were rendered visible to a broader public. This
paper analyses the discourses and how food production in times of the pandemic
affects pre-existing workers’ inequalities and lack of workers’ rights, revealing migrant workers as one of the most vulnerable groups in the German food system. It
concludes by demonstrating that the mechanisms of Covid-19, which have been
exacerbating existing inequalities in the food sector during the pandemic, are part
of a structural socio-economic and socio-political crisis that must be regarded in
the context of global capitalism and intersectional inequalities.
Working Paper 4 • 2022
Efeitos da pandemia na alimentação e na situação da segurança alimentar no Brasil
Abstrato
Esta publicação analisa os efeitos da pandemia da Covid-19 sobre a alimentação
da população brasileira, com relação à situação de segurança alimentar e ao consumo de alimentos. Os dados analisados foram coletados por meio de pesquisa de
opinião pública realizada entre os meses de novembro e dezembro de 2020, coleta
telefônica, junto à amostra representativa da população brasileira. Esta pesquisa foi
coordenada pelo Grupo de Pesquisa Alimento para Justiça: Poder, Política e Desigualdades Alimentares na Bioeconomia, da Freie Universität Berlin (Alemanha), em
parceria com pesquisadoras/es da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e
Universidade de Brasília (UnB). Os resultados demonstram que 59% dos domicílios
entrevistados estavam em situação de insegurança alimentar durante a pandemia
e parte significativa deles diminuiu o consumo de alimentos importantes para a
dieta regular da população – 44% reduziram o consumo de carnes e 41% o consumo de frutas. Assim, os dados coletados corroboram informações anteriores da
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio que indicavam o aumento da insegurança alimentar no Brasil nos anos de 2017/2018 em relação aos padrões anteriores, de 2013. Conclui-se que as instabilidades socioeconômicas geradas pelas
crises política e econômica vividas nos últimos anos no país agravaram-se com a
pandemia da Covid-19, acentuando as desigualdades alimentares entre uma parcela da população brasileira, sobretudo, quanto ao acesso a alimentos saudáveis de
forma regular e em quantidade e qualidade suficientes.
Working Paper 3 • 2021
Politische Ernährung. Mobilisierung, Konsumverhalten und Motive von Teilnehmer*innen der Wir haben es satt! Demonstration 2020
Abstrato
The large-scale protest Wir haben es satt! (We‘re fed up!), organized by the Meine
Landwirtschaft (My Agriculture) coalition, has been held for ten years to mark
the start of the Green Week agricultural fair in Berlin. The coalition advocates for
sustainable agriculture and fair food production and supports farmers throughout Germany. On January 18, 2020, researchers from Freie Universität Berlin, in
cooperation with the Institute für Protest- und Bewegungsforschung, conducted a comprehensive survey of participants in the Wir haben es satt! protest. The
resulting data shed light on who the protesters are, their concerns and political
attitudes, and, last but not least, how they support a diff erent kind of agriculture
through their own consumption and lifestyle choices. A large proportion of respondents identifi ed themselves as female and classifi ed themselves politically as left
of center. The majority of respondents were representative of an older demographic. As with many protests in Germany, respondents represent a specifi c socio-economic segment of the population: two-thirds reported having a university degree
and most reported a medium to high income. Above all, the protestors surveyed
reported consistent political engagement. Many stated they were members of political organizations, experienced demonstrators, and familiar with the socio-political issues related to climate and environmental policy. In fact, less than two
percent reported Wir Haben es satt! being their fi rst protest. The respondents are
mainly consumers. Very few respondents produce food for commercial purposes.
This specifi c social group can be described as food conscious. They make ethical
consumer decisions and have a great interest in expressing their own concerns.
Here is to note, that it was not possible to survey the tractor convey attached to
the protest by foot.
Working Paper 7 • 2023
Food and urban politics in Belo Horizonte: agroecology, activist coalitions,and bottom-up technologies of sustainable urbanization
Abstrato
In this Working Paper, I aim to contribute to the emerging debate between food and urban studies by bringing to the fore the socio-political dimension of the food system and its urban context. Guided by the general research questions of the project “Food for Justice: Power, Politics, and Food Inequalities in a Bioeconomy”1, this research is embedded in a case study on food politics in the city of Belo Horizonte. It deals with the social innovations of the agroecological and housing movements of the city and the dwellers of Izidora, inhabitants of a so-called “informal settlement”, whose engagement in the fight for housing and the right to the city has yielded remarkable achievements in building activist coalitions and re-signifying marginal urban spaces. Drawing on digital-ethnographic fieldwork I conducted between January and December 2020, I analyze the context, use, and reach of these social innovations as an instrument to transform urban development in the peripheries of Belo Horizonte.
You can find the publication here.
Working Paper 2 • 2021
Marcha das Margaridas 2019: alimentação, mobilização social e feminismos
Abstrato
This paper presents the data collected in the survey Marcha das Margaridas 2019: food, social mobilization and gender, whose objective was to understand the social composition and the perception of activists on these issues. The survey was conducted on August 13 and 14, 2019 in face-to-face (458) and self-administered form (1657) modalities. The Marcha das Margaridas is one of the case studies of the Food for Justice Research Group, which analyzes social mobilizations that counter injustices in food systems, as well as social and political innovations that confront multiple and intersectional inequalities such as class, gender, race, ethnicity and nationality, in the construction of just and ecological food systems.