Nossas Publicações
Multidisciplinary Journal for Circular Economy and Sustainable Management of Residues • 2024
SUSTAINABLE INTERVENTIONS TO MANAGE RETAIL FOOD WASTE: A SCOPING REVIEW
Abstrato
O artigo aborda o desperdício de alimentos (DA) no setor varejista e seu impacto na economia, sustentabilidade, segurança alimentar e clima. Apresenta uma revisão de escopo que identifica e categoriza 43 estudos sobre intervenções para reduzir o DA no varejo, com base em quatro bancos de dados eletrônicos.
A revisão encontrou 132 intervenções em 41 países, principalmente na Europa (73,2%), com os supermercados implementando 86,4% dessas iniciativas, direcionadas tanto a consumidores (50,8%) quanto às suas operações (46,2%). As intervenções foram classificadas em sete categorias usando um quadro hierárquico de desperdício de alimentos, com foco em medidas preventivas, como campanhas de conscientização, redução de preços, otimizações operacionais, regulamentações legais e reaproveitamento de alimentos por meio de doações. Essas estratégias são promissoras e merecem mais exploração, com cerca de metade quantificando seus impactos ambientais, sociais e econômicos.
Os resultados enfatizam a necessidade de um aumento no investimento em pesquisa no Sul Global.
Rethinking Sustainability in Urban Areas • 2024
Sustainable Interventions to Manage Retail Food Waste in São Paulo and London
Abstrato
Publicado no livro “Rethinking Sustainability in Urban Areas”, Lea Zentgraf contribuiu para o capítulo “Sustainable Interventions to Manage Retail Food Waste in São Paulo and London”, junto com Ana Maria de Castro, Cézar Luquine Jr., Daniel Conde e Ribka Metaferia, abordando questões sociais e ambientais urbanas, como a degradação de espaços verdes, a falta de moradia e o desperdício de alimentos. A pesquisa, parte do programa ‘Global Research Academy’, envolveu doutorandos da Universidade de São Paulo, Freie Universität Berlin e King’s College London. O estudo foi realizado em Londres, Berlim e São Paulo, comparando os desafios únicos dessas cidades e apresentando recomendações para a sustentabilidade. As conclusões, supervisionadas pelos professores Fabio Kon, Sérgio Costa e Dr. Robert Cowley, estão disponíveis no repositório da USP. O programa foi apoiado pelos escritórios de cooperação internacional das universidades participantes.
Springer link • 2024
Broadening the Climate Movement: The Marcha das Margaridas’ Agenda for the Climate (and Other) Crises
Abstrato
Movimentos climáticos liderados por estudantes e jovens em todo o mundo (e, em particular, aqueles em economias mais ricas) têm sido reconhecidos por terem uma voz formidável e fazerem contribuições importantes para uma transformação societal mais radical para enfrentar a crise climática. No entanto, pouco se fala sobre a contribuição dos setores populares, que estão mobilizando há décadas e exigindo transformações estruturais mais amplas, com propostas que abordam questões ambientais de maneira mais abrangente e a crise climática em particular, mas que não estão diretamente envolvidos nas arenas políticas climáticas, como as conferências das Nações Unidas sobre mudanças climáticas. Geralmente retratados como vulneráveis, como os mais afetados pelos eventos climáticos, como vítimas e receptores de estratégias de adaptação, ou como resilientes, raramente os setores populares aparecem como agentes de transformação. Estudiosos críticos têm defendido a compreensão da crise climática como parte de múltiplas crises, incluindo a crise da biodiversidade, a crise do cuidado e a crise da democracia. Situando nosso artigo dentro dessa bolsa de estudos, argumentamos que o debate acadêmico e societal sobre as mudanças climáticas se beneficiará ainda mais ao ampliar o escopo de quais sujeitos sociais são considerados parte do movimento climático. Com base em nossa pesquisa com movimentos feministas populares rurais no Brasil e, em particular, na coalizão Marcha das Margaridas, abordamos as seguintes perguntas: como seus diagnósticos e propostas para superar a crise climática estão incorporados em seu projeto mais amplo de transformação? Além disso, como a identidade política delas dentro das categorias de classe, gênero e ruralidade informa suas posições?
The International Journal of Sociology of Agriculture and Food • 2023
Food Movements, Resistance, and new digital repertoires in (post-)pandemic times
Abstrato
Embora a pandemia de Covid-19 tenha demonstrado a vulnerabilidade do sistema alimentar global, novos repertórios resilientes de ação coletiva também mostraram como superar as múltiplas dimensões dessa crise. Os movimentos alimentares desempenharam um papel importante na criação de alternativas inovadoras para um sistema alimentar mais justo. Na Alemanha, a pandemia afetou e continua a afetar as relações agroalimentares. Este artigo argumenta que a comunicação digital foi uma ferramenta importante para conectar pessoas com propósitos além do compartilhamento de alimentos e apoio a necessidades relacionadas à alimentação. As redes sociais tornaram-se uma plataforma virtual para mobilização social e inovação em torno de alternativas alimentares durante e em um mundo pós-pandêmico. Dois atores relevantes na mobilização alimentar na Alemanha foram a campanha de protesto Wir haben es satt! e o movimento alimentar Slow Food Germany. O trabalho apresentado aqui é baseado em etnografias digitais e análise de documentos do período de 2020 a 2022. A análise concentra-se em como esses dois movimentos lidaram com o cenário de crise em relação a três níveis clássicos de pesquisa em protesto e movimentos sociais: (1) nível de ator; (2) nível de ação; e (3) nível de transformação. A comparação mostra que ambos os movimentos desenvolveram repertórios inovadores de ação coletiva digital e híbrida, além de fomentarem coalizões entre atores que lutam por uma transformação socioecológica do sistema alimentar.
Debates en Sociologia N° 57 • 2023
Soberanía alimentaria y feminismo popular en Brasil
Abstrato
A Marcha das Margaridas é uma coalizão de movimentos feministas e de mulheres, movimentos agrários, sindicatos e organizações internacionais que surgiu no ano 2000. O processo é liderado por organizações de mulheres que fazem parte de uma confederação de trabalhadores rurais. Embora seu programa inicial incluísse demandas de classe focadas no gênero para o reconhecimento do trabalho das mulheres na produção de alimentos, acesso a títulos de terras e direitos trabalhistas, a Marcha das Margaridas incorporou progressivamente outros temas, como agroecologia e soberania alimentar. Este artigo aborda três perguntas: Como a soberania alimentar entrou em sua agenda? Como interpretam o conceito de soberania alimentar? Como a soberania alimentar pode ser entendida a partir de uma perspectiva (popular) feminista? Através de uma análise de documentos políticos, identificamos cinco temas principais no discurso da Marcha das Margaridas sobre soberania alimentar: 1) alimentação como direito e bem comum; 2) apoio estatal à produção alimentar das mulheres; 3) o valor do trabalho alimentar não comercializado; 4) recuperação ambiental através da agroecologia; 5) alimentos livres de violência, produzidos no âmbito de relações sociais respeitosas.
Revista Estudos Sociedade e Agricultura • 2023
Mulheres jovens trabalhadoras rurais: a emergência de uma nova categoria política e suas repercussões no sindicalismo rural
Abstrato
O objetivo pretendido com este artigo foi analisar as interações entre as categorias políticas ‘mulheres trabalhadoras rurais’ e ‘juventude trabalhadora rural’, dentro da Confederação Nacional de Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), evidenciando as contribuições e tensões geradas na ação sindical, sobretudo, a partir da maior participação das ‘mulheres jovens trabalhadoras rurais’, que surge como categoria política no sindicalismo, assumindo características próprias. A pesquisa se baseou em metodologia qualitativa, tendo por principal referência as narrativas biográficas de três diretoras da Contag, além de documentos institucionais. Dentre as principais conclusões está a de que as mulheres trabalhadoras rurais inauguraram uma forma de ação baseada em três pilares, voltados à constituição de: i) espaços e processos de formação e auto-organização específicos; ii) medidas de ampliação das condições de participação; iii) ações coletivas de caráter público. Assim, institucionalizaram condições para a emergência de outras categorias políticas, desde a interseção de gênero, geração e classe. É desse processo que emergem as mulheres jovens trabalhadoras rurais, que passam a reivindicar essa identidade política e a tecer um campo de articulação que repercute no sindicalismo, pautando novas abordagens sobre temas presentes na agenda sindical e disputando espaço de poder e visibilidade sobre suas questões.
Working Paper Series
Working Paper 12 • 2024
Intergenerational Knot: eating meat in contexts of inequality
Abstrato
Around the world, social movements are protesting against the corporate food regime (Friedmann & McMichael, 1989), denouncing the injustices associated with its structural dynamics of neoliberal capitalism, patriarchal domination, racism, coloniality, epistemic violence, and anthropocentric exploitation (Motta, 2021b; Holt Giménez & Shattuck, 2011; Holt-Gimenez & Patel, 2012). Many food movements are calling for a socio-ecological transformation and creating alternative forms to produce, share, prepare, consume and dispose of food, based on relations of care, solidarity and respect. In their heterogeneity, they provide a good analytical lens to explore the multiple and intersectional dimensions of food inequalities denounced and the directions of change desired by organized movements from civil society (Motta, 2021a). But which are the food movements that mobilize for a socio-ecological transformation of food politics in Germany? What are the main dimensions and intersections of inequalities addressed by them?
Based on an explorative mapping, this research identifies relevant food movements in Germany, their discourses and agendas. It takes as units of analysis food movements organizations with considerable collective actions and participation in social mobilization on a national scale during the last 5 years (2018-2023). Using an analytical framework elaborated in dialogue with theoretical and conceptual works on food movements, food inequalities, and dynamics of transformation in the food regime, the empirical data is presented along the categories: types of movements and activist discourses, time of emergence, juridical form, dimensions of food inequalities addressed, categories of intersectional inequalities considered, spatial locus of action (urban/rural), phases of the food system, sphere of social change most frequently targeted by the food movements. Based on the data, the dynamics of transformations are discussed.
Applying a qualitative and quantitative methodology which combined content analysis and coding, the research results in a mapping of the actors (Mayring & Fenzl, 2019; Saldaña, 2021). This working paper aims to give a first overview of food activism in Germany by assessing the actors in this field of social mobilisation and analysing their emancipatory potentials and limits.
Working Paper 11 • 2024
Food Movements in Germany. Analysis of actors in the socio-ecological transformation of the food system
Abstrato
Around the world, social movements are protesting against the corporate food regime (Friedmann & McMichael, 1989), denouncing the injustices associated with its structural dynamics of neoliberal capitalism, patriarchal domination, racism, coloniality, epistemic violence, and anthropocentric exploitation (Motta, 2021b; Holt Giménez & Shattuck, 2011; Holt-Gimenez & Patel, 2012). Many food movements are calling for a socio-ecological transformation and creating alternative forms to produce, share, prepare, consume and dispose of food, based on relations of care, solidarity and respect. In their heterogeneity, they provide a good analytical lens to explore the multiple and intersectional dimensions of food inequalities denounced and the directions of change desired by organized movements from civil society (Motta, 2021a). But which are the food movements that mobilize for a socio-ecological transformation of food politics in Germany? What are the main dimensions and intersections of inequalities addressed by them?
Based on an explorative mapping, this research identifies relevant food movements in Germany, their discourses and agendas. It takes as units of analysis food movements organizations with considerable collective actions and participation in social mobilization on a national scale during the last 5 years (2018-2023). Using an analytical framework elaborated in dialogue with theoretical and conceptual works on food movements, food inequalities, and dynamics of transformation in the food regime, the empirical data is presented along the categories: types of movements and activist discourses, time of emergence, juridical form, dimensions of food inequalities addressed, categories of intersectional inequalities considered, spatial locus of action (urban/rural), phases of the food system, sphere of social change most frequently targeted by the food movements. Based on the data, the dynamics of transformations are discussed.
Applying a qualitative and quantitative methodology which combined content analysis and coding, the research results in a mapping of the actors (Mayring & Fenzl, 2019; Saldaña, 2021). This working paper aims to give a first overview of food activism in Germany by assessing the actors in this field of social mobilisation and analysing their emancipatory potentials and limits.
Working Paper 10 • 2024
Kurzauswertung Befragung „Wir haben es satt!“ 2024
Abstrato
The large-scale protest “We’re Fed Up!” organized by the My agriculture alliance has been taking place every year since 2011 at the start of the Green Week agricultural trade fair in Berlin. The alliance campaigns for sustainable and fair agriculture and food production and calls for a turnaround in agriculture and nutrition. “We’re fed up!” is one of the central case studies of the BMBF junior research group Food for Justice: Power, Politics and Food Inequalities in a Bioeconomy at the Heidelberg Center for Ibero-American Studies, Heidelberg University. The project investigates different axes of food inequalities, in various scales and spatialities, and their dynamics of reproduction and change in food politics. The case study “We’re fed up!” explores the key justice demands that mobilize citizens to denounce food inequalities and call for alternative food policies in different regions of the world. On January 20, 2024, researchers from Food for Justice conducted a survey with participants in the “We’re fed up!” protest with the support of volunteer interviewers. The collected data provides insights on the demographics of the protesters, their concerns, political attitudes, and how they contribute to supporting a different approach to agriculture through their consumption and lifestyle choices. This brief summary presents the methods and selected results of the survey.
Working Paper 9 • 2024
Políticas de Segurança Alimentar e Nutricional nos Municípios Brasileiros
Abstrato
This publication records the central ideas that emerged from the self-organized activity “Food and nutrition security policy at municipal level: context and opportunities”, held virtually at the 5th National Research Meeting on Food and Nutrition Sovereignty and Security (V ENPSSAN, 2022). Guaranteeing the Human Right to Adequate Food and the scope of public policies on Food and Nutrition Security (FNS) necessarily involve recognizing the central role of municipalities in implementing actions and building local dialogues, in an integrated manner with other public authorities and government areas, as proposed by the National FNS System. In the debate, reflections emerged on monitoring population food security/insecurity, definitions and concepts associated with public FNS policies, reports of municipal experiences, as well as opportunities for resuming and strengthening FNS policies in municipalities. The debate gave rise to reflections on monitoring population food security/insecurity, definitions and concepts associated with public FNS policies, reports of municipal experiences, as well as highlighting opportunities for resuming and strengthening FNS policies in municipalities. Eight potential approaches were identified to contribute to the field of research on FNS public policies in the municipal context: participatory governance; territorial diversity and the rural-urban relationship; institutionalization; civil society action; intersectonality; scales and different spatialities; interface with the socio-ecological agenda; and state capacities. Finally, it also identified issues and challenges for the effectiveness of municipal FNS policies. This document brings collective contributions to the different windows of opportunity currently facing the various social actors involved in municipal FNS policies. In this regard, we highlight the resumption of the public agenda guided and strengthened by the federal government (from 2023), the resumption of the national CONSEA and the occurrence of municipal elections in 2024.
Working Paper 8 • 2023
The impact of the Covid-19 Pandemic at the Slow Food Movement
Abstrato
O surto do coronavírus foi declarado uma pandemia global em março de 2020, fazendo com que muitos países entrassem em lockdown para tentar contê-lo e evitar ou diminuir a sobrecarga dos sistemas nacionais de saúde. Como o trabalho e os estudos passaram a ser on-line e o distanciamento social tornou-se uma regra de segurança, os movimentos sociais também tiveram de se adaptar. Além disso, os movimentos de alimentos ganharam mais relevância, pois uma das primeiras preocupações foi manter a produção e a distribuição de alimentos em todo o mundo, apesar das paralisações. Este artigo tem como objetivo analisar os impactos da pandemia de Covid-19 no movimento Slow Food, como ela mudou a organização, a agenda e as ações do movimento. Ele se baseia em pesquisa empírica em dois países: Brasil e Alemanha, e analisa três momentos da pandemia, desde seu primeiro impacto em 2020 até as adaptações e continuidades em 2021 e 2022. Este trabalho se baseia em uma etnografia presencial e virtual e faz parte de uma investigação mais ampla sobre o movimento em ambos os países.
Working Paper 7 • 2023
Food and urban politics in Belo Horizonte: agroecology, activist coalitions, and bottom-up technologies of sustainable urbanization
Abstrato
O objetivo deste documento de trabalho é contribuir para o debate emergente entre os estudos urbanos e alimentares, trazendo à tona a dimensão sociopolítica do sistema alimentar e seu contexto urbano. Orientado pelas questões gerais de pesquisa do projeto “Food for Justice: Poder, Política e Desigualdades Alimentares em uma Bioeconomia “1, esta pesquisa está inserida em um estudo de caso sobre política alimentar na cidade de Belo Horizonte. Ela trata das inovações sociais dos movimentos agroecológicos e de moradia da cidade e dos moradores da Izidora, habitantes do chamado “assentamento informal”, cujo engajamento na luta por moradia e pelo direito à cidade produziu conquistas notáveis na construção de coalizões ativistas e na ressignificação de espaços urbanos marginais. Com base no trabalho de campo etnográfico digital que realizei entre janeiro e dezembro de 2020, analiso o contexto, o uso e o alcance dessas inovações sociais como um instrumento para transformar o desenvolvimento urbano nas periferias de Belo Horizonte.